Como é feito o procedimento de transplante de medula óssea?
Postado em: 10/07/2024
O Transplante de Medula Óssea é um procedimento complexo, mas que pode ser a melhor opção de tratamento para diversas doenças do sangue.
Entre essas condições, encontramos tipos de câncer como leucemia, linfoma e mieloma múltiplo, além de doenças genéticas como a anemia falciforme.
Nossa missão é ajudá-lo a entender cada detalhe deste procedimento, desde as etapas iniciais até o pós-operatório, de modo que você se sinta seguro e confiante durante todo o processo.
Este artigo vai guiá-lo pelas etapas mais importantes, esclarecendo dúvidas e proporcionando informações valiosas.
O que é o Transplante de Medula Óssea?
O Transplante de Medula Óssea envolve a substituição de células-tronco doentes ou danificadas por células saudáveis, que podem ser do próprio paciente ou de um doador.
Essas células são responsáveis por produzir as células sanguíneas que circulam no nosso corpo.
Quando o sistema de produção sanguínea do paciente está comprometido – seja por uma doença ou pelos efeitos colaterais de tratamentos como a quimioterapia – o transplante pode ser a única alternativa para restaurar essa função vital.
O papel da medula óssea é essencial, já que é a fonte de todas as células sanguíneas: glóbulos vermelhos (que transportam oxigênio), glóbulos brancos (que combatem infecções) e plaquetas (que auxiliam na coagulação do sangue).
Se a medula óssea não funciona adequadamente, como nos casos de câncer hematológico, o transplante pode ser necessário para restaurar essa capacidade.
Tipos de Transplante de Medula Óssea
Existem dois tipos principais de transplante de medula óssea, e a escolha entre eles vai depender da condição clínica do paciente e de outras variáveis, como a disponibilidade de um doador.
Transplante Autólogo
O Transplante Autólogo envolve a utilização das células-tronco do próprio paciente. Antes de tratamentos agressivos como quimioterapia ou radioterapia, as células saudáveis são retiradas e armazenadas. Após o tratamento, essas células são devolvidas ao paciente.
Esse tipo de transplante é mais comumente utilizado quando a quimioterapia em doses elevadas é necessária para destruir as células cancerígenas, mas há a preocupação de que o corpo não seja capaz de se recuperar por conta própria.
Transplante Alogênico
Já o Transplante Alogênico envolve o uso de células-tronco de um doador. Esse doador pode ser um familiar com compatibilidade genética – o que é ideal, pois reduz os riscos de rejeição – ou um doador não relacionado, encontrado através de bancos de doadores.
Nesses casos, a compatibilidade é crucial para garantir o sucesso do procedimento e reduzir o risco de complicações como a doença do enxerto contra o hospedeiro (DECH), uma condição em que as células transplantadas atacam o corpo do paciente.
Como é feita a Seleção do Doador no Transplante Alogênico
No caso do transplante alogênico, o primeiro passo é encontrar um doador compatível. Idealmente, o doador seria um irmão ou irmã, já que a chance de compatibilidade é maior dentro da família. No entanto, quando isso não é possível, recorremos a bancos de doadores, que possuem uma ampla base de dados de doadores voluntários.
Nesse processo, a compatibilidade entre o doador e o receptor é determinada pela análise de marcadores genéticos (chamados de HLA).
Quanto mais compatíveis esses marcadores, maior a chance de o corpo do paciente aceitar as células transplantadas sem rejeitá-las.
Preparação para o Transplante de Medula Óssea
Antes do transplante de medula óssea, o paciente passa por uma fase de preparação conhecida como condicionamento. Essa fase pode envolver quimioterapia, radioterapia, ou ambos, dependendo da condição do paciente.
O objetivo é destruir as células doentes e suprimir o sistema imunológico, preparando o corpo para receber as novas células-tronco.
Esse processo é essencial para reduzir o risco de rejeição das novas células e para criar espaço na medula óssea do paciente, permitindo que as células transplantadas possam crescer e se multiplicar.
Como são coletadas as Células-Tronco?
A coleta de células-tronco pode ser feita de duas maneiras principais:
- Aférese: Este é o método mais comum e menos invasivo. Nele, o doador recebe uma medicação que estimula a produção de células-tronco, que migram da medula óssea para o sangue. Em seguida, o sangue é retirado do doador e passa por uma máquina que separa as células-tronco. O restante do sangue é devolvido ao corpo do doador.
- Punção da Medula Óssea: Nesse método, as células-tronco são extraídas diretamente da medula óssea, geralmente do osso ilíaco, na pelve do doador. Esse procedimento é realizado sob anestesia geral e, apesar de ser mais invasivo, ainda é seguro e eficaz.
O Procedimento do Transplante
Após a coleta, as células-tronco são processadas e, em seguida, infundidas no paciente através de uma simples infusão intravenosa, semelhante a uma transfusão de sangue. Esse procedimento em si é rápido e indolor.
No entanto, o verdadeiro desafio começa a partir desse momento, quando as novas células-tronco precisam migrar até os ossos do paciente e começar a produzir novas células sanguíneas.
Recuperação e Acompanhamento Pós-transplante
A recuperação após um transplante de medula óssea é um período delicado. O sistema imunológico do paciente está extremamente enfraquecido, o que o torna mais suscetível a infecções.
Por isso, a fase pós-transplante exige monitoramento rigoroso e cuidados intensivos para garantir que o paciente não desenvolva complicações.
Medidas preventivas são adotadas para minimizar o risco de infecção, incluindo o uso de antibióticos, antifúngicos e antivirais, além de manter o paciente em um ambiente protegido, muitas vezes em salas com filtragem de ar especial.
Além disso, o paciente é monitorado para sinais de doença do enxerto contra o hospedeiro (DECH), uma complicação possível em transplantes alogênicos, onde as células do doador atacam os tecidos do receptor. Embora essa condição seja séria, existem tratamentos eficazes disponíveis.
A recuperação completa pode levar meses ou até anos, e o acompanhamento contínuo é essencial para garantir que as novas células-tronco estejam funcionando adequadamente e que o paciente esteja livre de complicações.
Importância de um Centro de Transplante Qualificado
O transplante de medula óssea é uma jornada que exige não apenas competência técnica, mas também cuidado humanizado e suporte constante.
Escolher um centro de transplante qualificado, com profissionais experientes e infraestrutura de ponta, é fundamental para o sucesso do tratamento.
Se você ou um ente querido está considerando essa opção, recomendo que converse abertamente com sua equipe médica.
Entender o processo, as opções e os cuidados envolvidos pode ajudar a tomar decisões mais informadas e enfrentar o tratamento com mais confiança.
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